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A criptografia é um dos mecanismos para a construção de uma segurança sólida de um site. Veja nesta máteria como ela funciona na prática e quando deve ser aplicada.

Se você utiliza o WhatsApp, provavelmente você já tem ideia do que seja criptografia, certo? Essa é a metodologia usada pelo aplicativo para garantir o sigilo e a segurança das mensagens trocadas em cada conversa. Mas você sabe como isso funciona e onde mais a criptografia é utilizada para manter a segurança das informações? 

Historicamente a criptografia pode ser relacionada à guerra, quando se fazia necessário trocar informações sem que o inimigo conseguisse lê-las. Isso porque uma das premissas da tecnologia é certificar a segurança e integridade dos dados enviados, assim como o seu sigilo.

Agora, com a internet e o volume de dados transitando em velocidade exponencial, a segurança da informação já é uma das principais preocupações das empresas. Isso acontece principalmente após casos recentes de vazamento de informações de organizações, expondo dados de clientes.

É nesse contexto que a criptografia se tornou fundamental para garantir a transmissão segura dos dados e conversas privadas. Sabia que ela não faz parte apenas do mundo dos negócios, como também da sua rotina (mesmo que você não tenha controle disso)? Por isso, vamos abordar aqui o que é criptografia de dados, como ela funciona e o motivo para ter se tornado tão fundamental.

O que é criptografia?

A criptografia é a codificação de dados por um algoritmo, em um processo chamado encriptação ou cifragem. Dessa forma, é definida como um conjunto de técnicas de programação usadas para proteger informações de qualquer natureza.

O método utiliza programas responsáveis por criptografar (ou cifrar) essas informações, que só poderão ser decifradas com a chave certa. Ou seja, transformam os dados em um código que não pode ser lido por humanos.

Basicamente, a criptografia tem duas finalidades: evitar que as informações sejam lidas por quem não deve e permitir que elas sejam transmitidas de forma segura, mesmo em um canal com pouca segurança.

Dessa forma, a técnica criptográfica reforça a segurança digital de um arquivo ou mensagem ao embaralhar seu conteúdo. Isso permite que as informações estejam seguras mesmo dentro de um sistema não tão seguro.

Entenda com esse exemplo prático:

Se Joana quer enviar uma mensagem para João sem que Diana possa interferir, a criptografia vai permitir:

  • Confidencialidade: Diana, a bisbilhoteira, não vai conseguir entender a mensagem;
  • Integridade: Diana também não vai conseguir modificar a mensagem;
  • Identidade: João pode ter certeza de que a mensagem foi enviada por Joana.

Então, a criptografia codifica uma informação de tal forma que ela seja lida e compreendida apenas por quem deve ter acesso a ela.

Como é o funcionamento da criptografia?

Talvez entender profundamente como funciona a criptografia possa ser um pouco complicado para quem não está muito por dentro da tecnologia, mas vamos explicar aqui de uma forma bem simplificada para facilitar a compreensão, ok? ?‍?

Você já aprendeu que a criptografia envolve a codificação de dados para que eles não sejam acessados por pessoas erradas e nem vazados.

Para que isso seja possível, o método criptográfico utiliza um esquema de chaves e protocolos tanto para criptografar quanto para descriptografar determinada informação, quase como se todos os dados fossem embaralhados para se tornarem impossíveis de se entender. Esse é o pilar da criptografia.

Só quando a informação chega na pessoa interessada o sistema faz o processo para torná-la legível de novo, diminuindo bastante a chance de que alguém que não esteja “envolvido na conversa” (lembra do caso da Diana ali em cima?) entender o que está acontecendo.

criptografia

Quais são os tipos de criptografia?

A criptografia é fundamental para a segurança digital, garantindo que dados confidenciais sejam protegidos durante o armazenamento e a transmissão. 

Existem diversos tipos de criptografia, cada um com características e aplicações específicas, que são essenciais para proteger informações em diferentes contextos.

Criptografia simétrica

A criptografia simétrica utiliza a mesma chave para criptografar e descriptografar dados. 

Este tipo de criptografia é rápido e eficiente para grandes volumes de dados, mas exige que a chave seja compartilhada entre os usuários de forma segura, o que pode ser um desafio em algumas aplicações.

  • Exemplo: o Advanced Encryption Standard (AES) é amplamente utilizado na criptografia simétrica para garantir segurança em diversas plataformas, como redes Wi-Fi e transações financeiras online;
  • Aplicação: a criptografia simétrica é ideal para ambientes onde a chave de segurança pode ser gerida de forma segura, como em redes internas ou para proteção de discos rígidos.

Criptografia assimétrica

A criptografia assimétrica, também conhecida como criptografia de chave pública, utiliza um par de chaves: uma chave pública e uma chave privada. 

A chave pública é usada para criptografar os dados, enquanto a chave privada, mantida em sigilo, é usada para a descriptografia.

  • Exemplo: o RSA (Rivest-Shamir-Adleman) é um dos algoritmos mais comuns de criptografia assimétrica e é usado em navegadores e em assinaturas digitais;
  • Aplicação: a criptografia assimétrica é fundamental para trocas de dados seguras em ambientes onde a chave privada pode ser mantida segura, como em transações bancárias online.

Criptografia DES

O Data Encryption Standard (DES) foi um dos primeiros algoritmos de criptografia amplamente adotados. Criado na década de 1970, o DES utiliza uma chave de 56 bits para criptografar dados de forma simétrica. 

No entanto, devido aos avanços tecnológicos, o DES se tornou vulnerável a ataques de força bruta e foi substituído por algoritmos mais seguros.

  • Exemplo: embora obsoleto, o DES ainda é utilizado em algumas aplicações legadas, mas sua segurança é limitada.
  • Aplicação: o DES pode ser encontrado em sistemas antigos ou onde a compatibilidade com dispositivos legados é necessária, mas atualmente é recomendado optar por alternativas mais seguras, como o AES.
criptografia

Criptografia 3DES

Para melhorar a segurança do DES, foi desenvolvido o Triple DES (3DES), que aplica o algoritmo DES três vezes consecutivas com três chaves distintas, resultando em uma chave de 168 bits. 

No entanto, embora seja mais seguro que o DES, o 3DES é mais lento e ainda vulnerável a certos ataques.

  • Exemplo: o 3DES é usado em sistemas financeiros e aplicações que exigem compatibilidade com o DES, mas com um nível de segurança aprimorado;
  • Aplicação: ideal para sistemas onde a segurança extra é essencial, mas onde há limitações para a implementação de algoritmos mais modernos.

Criptografia AES

O Advanced Encryption Standard (AES) é um dos algoritmos de criptografia mais populares e amplamente usados no mundo. 

Com uma chave que pode variar entre 128, 192 e 256 bits, o AES é considerado altamente seguro e é utilizado em várias aplicações, desde VPNs até redes Wi-Fi.

  • Exemplo: o AES é usado em dispositivos móveis, navegadores de internet, sistemas bancários e em serviços de armazenamento em nuvem;
  • Aplicação: o AES é uma escolha confiável para criptografar dados confidenciais, sendo altamente seguro e eficiente em diversos dispositivos e sistemas.

Criptografia RSA

O RSA é um dos algoritmos mais conhecidos de criptografia assimétrica. Baseado em fatores primos grandes, ele é seguro contra ataques de força bruta. 

O RSA permite a criação de assinaturas digitais, garantindo a autenticidade e a integridade dos dados. 

A segurança do RSA é proporcional ao tamanho da chave, que geralmente varia entre 2048 e 4096 bits.

  • Exemplo: é usado em certificados digitais, como aqueles usados para garantir conexões HTTPS em sites, protegendo a comunicação entre o usuário e o servidor;
  • Aplicação: o RSA é amplamente adotado em comunicações seguras, como em e-mails criptografados e assinaturas digitais, onde é importante autenticar a origem dos dados.

Criptografia Twofish

Twofish é um algoritmo de criptografia simétrica que utiliza chaves de 128, 192 ou 256 bits. Ele é conhecido por sua velocidade e flexibilidade, sendo uma opção viável para dispositivos com limitações de processamento. 

Twofish também foi um dos finalistas na competição para substituir o DES, embora o AES tenha sido escolhido como o padrão oficial.

  • Exemplo: Twofish é usado em softwares de criptografia como o TrueCrypt, sendo valorizado por sua eficiência em hardware mais antigo;
  • Aplicação: esse tipo de criptografia é especialmente útil em dispositivos móveis ou sistemas com restrições de processamento, oferecendo segurança sem comprometer o desempenho.

Criptografia RC4

O RC4 (Rivest Cipher 4) é um algoritmo de fluxo que foi muito utilizado em protocolos de rede, como o WEP para redes Wi-Fi e no protocolo SSL (Secure Socket Layer). 

No entanto, devido a vulnerabilidades identificadas, o RC4 caiu em desuso e foi substituído por algoritmos mais seguros.

  • Exemplo: o RC4 era comumente utilizado para criptografar conexões em protocolos SSL e em redes Wi-Fi (WEP), mas atualmente não é recomendado;
  • Aplicação: embora ainda seja encontrado em sistemas legados, o RC4 foi substituído por protocolos mais seguros, como o TLS (Transport Layer Security), que utiliza AES em vez de RC4.

O que são dados criptografados de ponta a ponta?

Provavelmente essa é a criptografia que você conhece, pois é utilizada pelo WhatsApp para a troca de mensagens segura.

A criptografia de ponta a ponta (end-to-end encryption ou E2EE) protege as informações durante uma conversa, por exemplo. Ela permite que apenas os envolvidos na comunicação, ou seja, remetente e o destinatário, possam ter acesso às mensagens.

Por conta disso, nem mesmo o provedor do serviço consegue ter acesso aos dados criptografados de ponta a ponta. Somente os usuários que se comunicam possuem as chaves e podem descriptografar a conversa.

O que pode ser criptografado?

Praticamente qualquer dado legível pode ser criptografado. E não é somente mensagem: imagens, vídeos e áudios também podem seguir esse caminho.

Essa tecnologia é muito mais comum do que se imagina e está presente no seu dia a dia mesmo que você não perceba. Olha alguns dos usos mais populares:

  • Quando você usa um caixa eletrônico ou o smartphone para realizar uma compra na Internet, a criptografia protege os dados transmitidos;
  • Pagamentos digitais e por aproximação usam essa tecnologia para concretizar as transações;
  • Redes sociais como WhatsApp, Telegram e Instagram utilizam criptografia;
  • Sites mais legítimos usam criptografia para proteger os dados, impedindo que invasores acessem as informações enquanto estão em trânsito. Isso aqui é bem importante! Sempre observe se existe um ícone de cadeado na barra de URL. Veja também se tem “s” em https, isso garante que você vai realizar uma transação segura e criptografada;
  • O e-mail também pode ser criptografado, assegurando que o conteúdo fique protegido e somente remetente e destinatário possam ter acesso às conversas
  • VPNs (Redes privadas virtuais) usam criptografia e todas as informações armazenadas na nuvem são criptografadas;
  • Como já falamos, a criptografia é usada para validação de integridade e autenticidade de assinaturas digitais;
  • Também está presente na garantia dos direitos digitais e proteção contra cópias;
  • Pode ser usada, inclusive, para apagar dados sem que eles possam ser recuperados.

Viu, com excelente custo-benefício na proteção de dados e sigilo de informação, a criptografia está em todos os lugares praticamente.

Importância da criptografia nas empresas

Como você viu no tópico anterior, praticamente tudo que é feito na web tem criptografia de dados envolvida. E isso é realmente muito importante!

A criptografia protege as informações do malware, código malicioso utilizado por hackers para sequestrar dados, evitando ataques cibernéticos.

Por isso, investimentos em cibersegurança são uma preocupação cada vez mais constante em empresas de todo o mundo. Confira o que a criptografia pode fazer pelo seu negócio:

Tornar processos sigilosos

O vazamento de informações pode gerar grandes prejuízos para as empresas, por isso é fundamental se resguardar.

A criptografia pode assegurar que os processos sigilosos da organização sejam realizados com segurança. Isso inclui troca de mensagens entre colaboradores, dados dos clientes e transações bancárias.

Proteger envio de dados

Proteger a transmissão de dados é fundamental para que as empresas possam assegurar a integridade das informações. 

Atualmente, a forma mais comum de ocorrer um vazamento de dados é quando ele está em trânsito, ou seja, transportado do remetente para o destinatário.

Com essa tecnologia, é possível enviar informações estratégicas em código criptografado e somente quem recebe possui a chave para fazer a descodificação e acessar os dados. Dessa forma, o processo protege a empresa e o titular dos dados. 

Garantir segurança das informações

A criptografia, combinada com outros métodos de segurança cibernética, garante a proteção dos dados. Assim, sua empresa segue respeitando a legislação, que exige a proteção de dados sensíveis e fica protegida contra ataques.

Assegurar garantia de conformidade

Organizações que querem se manter de acordo com as diretrizes de compliance digital precisam envolver a criptografia. Essa tecnologia é fundamental para garantir a segurança dos dados dos clientes, fornecedores e colaboradores.

Por meio dela, você consegue ficar alinhado com os padrões exigidos em lei, evoluindo sua governança de informações.

A criptografia é 100% segura?

Embora ofereça uma tecnologia muito avançada, segura e confiável, a criptografia não é 100%.

Um exemplo de brecha na segurança é a chave de criptografia simétrica, que necessita de compartilhamento e pode acabar sendo acessada por quem não deveria ter essa informação, como já comentamos anteriormente.

Então ela não deve ser utilizada? ?

Não é bem assim. É essencial assegurar a integridade e confidencialidade das informações da sua empresa, e para isso a criptografia tem um papel bem relevante.

Entretanto, é recomendado que não seja utilizada sozinha. Uma empresa deve utilizar mais de um tipo de proteção aos seus dados. É essencial combinar a criptografia com antivírus e anti-malwares, por exemplo.

Para seu conhecimento, a única técnica criptográfica que, matematicamente comprovada, é impossível de quebrar é a one time pad (OTP), ou chave de uso único.

Ela garante que, mesmo com todos os recursos computacionais e tempo infinito, não é possível quebrar a criptografia.

Para oferecer essa segurança perfeita, a OTP define quatro condições para suas chaves:

  • Que a geração seja feita de maneira verdadeiramente aleatória;
  • Que a chave seja pelo menos tão longa quanto a mensagem que precisa ser cifrada;
  • De forma alguma seja reutilizada, mesmo que parcialmente;
  • Seja mantida completamente em segredo.

Conclusão

Como você pode perceber, a proteção dos dados é crucial para evitar que informações confidenciais sejam expostas, roubadas e até mesmo usadas em fraudes.  Afinal, prevenir é melhor que remediar, né?

Quando sua empresa oferece uma boa proteção dos dados, ela transmite segurança para os clientes. Para corresponder essa expectativa, é importante contar com a criptografia.

Dessa forma, é perfeitamente possível evitar possíveis ataques cibernéticos é a violação dos seus dados.

Gostou do conteúdo e conseguiu aprender um pouco sobre a criptografia? Então aproveite para saber mais sobre por que é importante falar sobre segurança da informação?

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  • O que pode ser criptografado?

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    • Tornar processos sigilosos

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Alexandre Nogueira

Alexandre Nogueira é jornalista, Redator SEO, Copywriter e especialista em tecnologia. Possui ainda pós-graduação em Jornalismo Esportivo e especialização em marketing digital. Já trabalhou em grandes agências, como a Rock Content e a SharpSpring. Escreve sobre Tecnologia, Marketing digital, SEO, Cultura e Esportes. Ama jornalismo, games, tecnologia, pets, cinema, viajar, escrever, o futebol e o Santos, não necessariamente nessa ordem.

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