Imagine a seguinte cena: foi formada uma equipe para desenvolver o software novo da sua empresa mas, no meio do processo, surgiram ideias que poderiam otimizar a utilização. Como proceder neste caso?

Nos métodos tradicionais, provavelmente as alterações não seriam acatadas. Afinal, o projeto foi aprovado e, portanto, não deve ser modificado.

Já na metodologia Agile, qualquer melhoria e evolução é bem-vinda. Para ela, o objetivo é entregar um software mais útil possível. Por isso, os ajustes são necessários e devem ser contínuos – inclusive após a entrega da solução.

Mas, afinal, o que é essa tal de Agile e porque você deveria adotar ela a partir de agora na sua empresa?

O que é a metodologia Agile?

Trata-se de uma abordagem que surgiu como alternativa para eliminar obstáculos enfrentados ao longo do desenvolvimento de software.

A Agile parte do princípio de que não há um lançamento propriamente dito dos projetos de sistemas. Ou seja, eles não são entregues, apresentados aos colaboradores e finalizados.

Ao invés disso, ela prega as entregas constantes e a realização de pequenos incrementos. Os requisitos planos e os resultados são reavaliados continuamente durante todo processo de desenvolvimento.

Nesse modelo, é realizada uma abordagem interativa. Diferentemente dos métodos antigos, em que o processo era documentado durante o planejamento, são realizadas etapas curtas para planejar e desenvolver. Possibilitando, assim, que sejam realizadas modificações sem prejudicar o andamento do projeto.

Você pode se perguntar: mas isso não vai contra o que era ensinado na faculdade alguns anos atrás? Exatamente. O mundo está em constante transformação e os processos de análise de sistema estão acompanhando.

Os requisitos mudaram e continuarão mudando rapidamente – isso é inevitável. Hoje, não é mais possível postergar as mudanças por conta de projetos engessados. Flexibilidade e adaptabilidade são palavras-chave da evolução.

Como surgiu o conceito Agile?

Ele surgiu oficialmente a partir de um manifesto criado por 17 programadores em 2001. Esses profissionais já estavam colocando a mão na massa e promovendo diversas práticas ágeis que vinham demonstrando resultados no mundo real.

Logo, eles criaram um documento chamado de “O Manifesto Ágil”, contendo 4 valores e 12 princípios básicos. Eles servem como guias para diversas metodologias ágeis terem êxito em suas abordagens.

Valores

1. Indivíduos e interações devem ser priorizados em relação aos processos e ferramentas;
2. Software em funcionamento é mais importante do que documentação completa;
3. Colaborações com clientes são mais importantes do que contratos;
4. Ao invés de seguir o planejamento inicial, é preferível responder às mudanças.

Princípios

1. É preciso priorizar a satisfação do cliente através da entrega contínua e adiantada de softwares com valor agregado;
2. Mudanças de requisitos são bem-vindas, mesmo que elas surjam tardiamente no desenvolvimento;
3. Devem ser realizadas entregas constantes de software, com o menor intervalo de tempo possível;
4. É preciso existir cooperação diária entre as pessoas de negócio e os desenvolvedores ao longo de todo o projeto;
5. Construa projetos em torno de indivíduos motivados. Dê a eles o ambiente e o suporte necessário para que desempenhem sua função com excelência e confiança;
6. A comunicação deve ser direta. Ou seja, a transmissão das informações entre os envolvidos deve ser através de conversa face a face;
7. Software funcionando é única maneira de medir o progresso;
8. Os processos ágeis promovem desenvolvimento sustentável. Para isso, patrocinadores, desenvolvedores e usuários devem ser capazes de manter o ritmo constante indefinidamente;
9. Ficar constantemente atento à excelência técnica e de design aumenta a agilidade;
10. Simplicidade é essencial. Por isso, deve-se cortar ao máximo os esforços e trabalhos que não agregam valor ao produto;
11. As melhores arquiteturas, requisitos e designs emergem de equipes auto-organizáveis;
12. Regularmente, a equipe reflete sobre como aumentar sua eficiência para, assim, aprimorar o comportamento.

Esses princípios não são nenhum mistério e levantam muito a bandeira da necessidade de valorizar os profissionais e eliminar a rigidez dos projetos.

Quais as vantagens de usar Agile?

A grande vantagem das ferramentas ágeis é que, em sua maioria, são adaptativas e customizáveis. Ela permite adaptar o que você já tem em mãos para trabalhar em uma metodologia que atenda às suas necessidades. Ou seja: não está 100% satisfeito com o resultado, basta trabalhar em uma mudança.

Desta forma, dá muito mais agilidade para a gestão de projetos e até mesmo para a própria administração empresarial. Isso é essencial, se pensarmos que o mercado é volátil e exige que os negócios respondam às mudanças rapidamente.

Como funciona a Agile na prática?

Os times que utilizam essa metodologia possuem uma comunicação mais aberta e colaborativa. Eles se adaptam melhor e, mais que tudo, confiam uns nos outros.

Na maioria das vezes, o líder do projeto fica encarregado de priorizar as entregas. Cabendo à equipe definir como será realizado o projeto – o que acaba sendo um fator motivacional a mais.

Com ela, os ciclos de feedback se tornam mais curtos. Graças à preocupação contínua em relação à melhoria dos processos – algo que norteia os profissionais ágeis.

Para se ter uma ideia da grandeza que o mundo Agile assumiu, suas práticas estão rompendo as barreiras da programação. Desde o recrutamento até a contabilidade, diversas áreas estão incorporando a agilidade no dia a dia.

Dentre as ferramentas Agile mais adotadas, destacam-se:

• Scrum;
• KanBan;
• Extreme Programming (XP);
• DSDM.

É importante ter em mente que essa filosofia define o conjunto de valores básicos em que as pessoas – e não os processos – estão em primeiro lugar. A forma com que as equipes vivenciam esses valores Agile depende fundamentalmente das pessoas e da cultura.

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