Editar uma zona DNS via linha de comando é uma habilidade essencial para administradores de sistemas e webmasters que desejam ter controle total sobre a configuração de seus servidores DNS. Neste artigo, exploraremos o passo a passo de como editar uma zona DNS usando a linha de comando. Vamos lá?

Requisitos

O procedimento apresentado nesse artigo serve em um contexto específico, confira os requisitos:

• Possuir um Servidor DNS do tipo PowerDNS ou BIND. Na HostGator, os servidores Linux utilizam por padrão para o funcionamento do serviço de DNS o PowerDNS. Em ambos os servidores DNS o procedimento será o mesmo com diferenças destacadas no artigo.
• Ter o acesso root do Servidor. O acesso root é essencial, pois, os arquivos de zona de DNS estão em um diretório que apenas o usuário root tem acesso.

Como Editar uma Zona DNS via Linha de Comando

1. Realize acesso ao terminal do seu servidor. Confira como realizar uma conexão SSH com um servidor.
2. Acessar o diretório /var/named. Execute o comando abaixo para acessar o diretório onde estão todas as zonas de DNS do servidor:

$ cd /var/named

3. Localizar o arquivo de zona DNS. Execute o comando abaixo para listar as zonas de DNS presentes em seu servidor:

$ ls -la

4. Você pode encontrar os arquivos de zona DNS como os arquivo com a seguinte estrutura de nome: exemplo.com.db

5. Acessar e editar o arquivo de zona DNS. Utilize um editor de texto para acessar e editar um arquivo de zona DNS lista no diretório /var/named. Utilize o comando vim por exemplo:

$ vim exemplo.com.db

6. Edição da zona DNS. O arquivo de zona DNS segue um tipo de estrutura bem específico, é importante destacar alguns pontos:
   • No começo do arquivo existe um apontamento do tipo SOA. É importante atualizar o valor do Serial Number após qualquer edição no arquivo de zona DNS. Por exemplo, na imagem abaixo temos o seguinte Serial Number – 2023051511. Para que sua zona DNS atualize, você precisa atualizar esse valor, somando o número 1, por exemplo, deixando 2023051512.
   • Se você NÃO atualizar o Serial Number, as modificações feitas no arquivo podem demorar mais tempo do que o esperado para serem atualizadas.
   • Para adicionar um apontamento a zona DNS, é importante seguir a estrutura de sintaxe correta. Confira mais adiante no artigo, sobre a estrutura de sintaxe de um arquivo de zona DNS.

7. Reiniciar Servidor DNS. Por fim, para agilizar a atualização das DNS’s, é recomendado recarregar ou reiniciar o servidor DNS. Para isso, você pode executar os comandos abaixo:

• Servidor PowerDNS:

$ /usr/bin/pdns_control reload //(esse comando recarrega o Servidor DNS)

$ service pdns restart //(esse comando reinicia o Servidor DNS)

• Servidor BIND:

$ /usr/sbin/rndc reload //(esse comando recarrega o Servidor DNS)

$ /scripts/restartsrv_named //(esse comando reinicia o Servidor DNS)

Pronto! Agora você sabe como editar a zona DNS de um domínio via linha de comando. Confira a seguir mais detalhes a respeito da estrutura de sintaxe do arquivo de zona DNS.

Estrutura de Sintaxe do Arquivo de Zona DNS

A estrutura de um arquivo de zona DNS é essencial para definir informações sobre um domínio específico e como os registros DNS associados a esse domínio devem ser resolvidos. Abaixo estão os principais componentes de um arquivo de zona DNS e exemplos de como eles se aplicam aos principais tipos de apontamento:

Estrutura geral de um arquivo de zona DNS:

1. Declaração de SOA (Start of Authority):
   • Indica a autoridade do domínio e define parâmetros de configuração. Exemplo:

exemplo.com. IN SOA ns1.exemplo.com. admin.exemplo.com. (
2023091301 ; Número de série
3600 ; Tempo de atualização
1800 ; Tempo de repetição
604800 ; Tempo de expiração
86400 ) ; Tempo mínimo TTL

2. Registros NS (Name Server):
   • Especifica os servidores de nomes autoritativos para o domínio. Exemplo:

exemplo.com. IN NS ns1.exemplo.com.
exemplo.com. IN NS ns2.exemplo.com.

3. Registros A (Address):
   • Mapeia um nome de domínio para um endereço IP. Exemplo:

www.exemplo.com. IN A 192.168.1.100

4. Registros CNAME (Canonical Name):
   • Cria um alias para outro nome de domínio. Exemplo:

blog.exemplo.com. IN CNAME www.exemplo.com.

5. Registros MX (Mail Exchanger):
   • Especifica os servidores de email responsáveis pelo domínio. Exemplo:

exemplo.com. IN MX 10 mail.exemplo.com.

6. Registros TXT (Text):
   • Armazena informações de texto associadas a um domínio. Exemplo:

exemplo.com. IN TXT "Este é um registro TXT de exemplo."

7. Registros AAAA (IPv6 Address):
   • Mapeia um nome de domínio para um endereço IPv6. Exemplo:

ipv6.exemplo.com. IN AAAA 2001:0db8:85a3:0000:0000:8a2e:0370:7334

8. Registros SRV (Service Locator):
   • Usado para localizar serviços específicos em um domínio. Exemplo:

_sip._tcp.exemplo.com. IN SRV 0 5 5060 sipserver.exemplo.com.

9. Registros PTR (Pointer):
   • Usado em zonas reversas para mapear endereços IP para nomes de domínio. Exemplo:

100.1.168.192.in-addr.arpa. IN PTR www.exemplo.com.

Lembre-se de que a sintaxe e a estrutura exata podem variar dependendo do servidor DNS e das configurações específicas, mas esses exemplos devem dar uma ideia geral de como os principais tipos de apontamento são definidos em um arquivo de zona DNS.

Considerações Finais

Nesse artigo você aprendeu como editar a zona DNS de um domínio através da linha de comando do servidor e também como funciona a estrutura de sintaxe de um arquivo de zona DNS.

Se você sentiu alguma dificuldade ou então tem alguma sugestão de algo que não foi mencionado, basta deixar aí nos comentários que no futuro podemos trazer atualizações para este artigo. Também indico esses outros materiais relacionados com este assunto:

• Comandos básicos de Linux
• Primeiros passos no Servidor Dedicado ou VPS — o que fazer?

Até a próxima! :^)