Compreender como é a experiência do usuário contribui para o aprimoramento dos processos e traz reflexos positivos para as empresas.
A experiência do usuário sempre foi um fator decisivo na utilização de produtos e interfaces em geral, mesmo antes das novas tecnologias, como assistentes virtuais, inteligência artificial ou até mesmo os smartphones. É importante compreender que essa experiência contribui para o aprimoramento dos processos e mecanismos, o que consequentemente, torna mais positiva a visão do consumidor pelo produto ou serviço. E são essas as ações que o UX Design aborda. Venha conhecer.
O que é UX Design?
Do termo em inglês User Experience Design, podemos entender como sendo o design da experiência do usuário, que se preocupa com os pontos de contato de um produto/serviço com as pessoas. Essa é a área que pensa exclusivamente na relação do usuário com o produto e busca torná-la mais natural e simples.
Esse ‘produto/serviço’ pode ser compreendido desde um website, um aplicativo, uma máquina, um dispositivo móvel, ponto de venda, até outras plataformas de interação. A aplicação do UX Design pode ser feita com qualquer marca, pois ele se baseia em interações humanas – que podem ser feitas por um sistema, site, loja, atendimento ou painel de controle.
Mas não confunda UI com UX!
Essa confusão acaba sendo bem comum, para isso não acontecer vou te explicar um pouco melhor.
- UI Design trata da interface compreendida pelo usuário, é a lógica visual de um sistema;
- Já o UX Design compreende as ações e reações do comportamento humano na interação com a máquina e o que a envolve, incluindo valores afetivos da percepção do usuário em relação ao produto/serviço;
Dessa forma, o UI faz parte dos elementos que compõem o UX. Compreendeu?
E por que UX é importante?
É claro que cada pessoa tem a sua percepção própria das coisas, e que muitas vezes ocorre de maneira diferente de outras. Porém esse é o grande desafio do UX Design, como atingir positivamente o maior número de pessoas?
Tudo isso agrega um valor intangível para a empresa, porém perceptível. Ai você me pergunta, por que? Veja bem, quando a experiência do usuário não é desenvolvida ou não tem a devida atenção, mesmo que o produto/serviço possua ótimas funcionalidades, ele será rejeitado pelos usuários. Isso ocorre porque, a utilização dele não apresenta interações amigáveis e acabam exigindo muito esforço cognitivo – que é o nível de utilização de recursos psicológicos como memórias, atenção, percepção e outros.
Algumas abordagens do UX Design
Dentre diversos campos de estudo que o UX aborda, alguns ganharam destaque para formar a trilha do The Developer’s Conference (TDC) em Florianópolis, um evento para a área de desenvolvimento e tecnologia. Quem participou certamente ficou muito agradecido com os coordenadores dessa trilha, pois os conteúdos ministrados foram de ótima qualidade. Se você não pode conferir o evento ou a trilha, não tem problema, eu te conto tudo.
Design emocional, entrevistas e onde fica a ética
UX Design trata bastante sobre o emocional e como o ser humano reage a certas experiências. A base para todas as ações é a empatia, procure compreender os sentimentos e o que o seu usuário precisa. Para descobrir todos os segredos? Entrevistas! E para elas, tenha um plano.
Comece com um objetivo claro e transpareça simpatia, sempre que possível tente entrar no mundo do seu cliente e deixe de lado o designer que você é, seja verdadeiro. Abrace a sua ignorância e aprenda com o usuário. Não seja vaidoso, não se apegue a ferramentas de nomes bonitos pois você só precisa ter foco no serviço e na experiência que pode oferecer.
Para capturar melhor isso, as entrevistas presenciais são ótimas opções de imersão. Para conseguir cativar e obter as melhores respostas, quebre o gelo. Não chegue direto ao ponto, faça perguntas introdutórias para tirar o nervosismo. Aqui as perguntas fechadas não contribuem pois você precisa de profundidade, então deixe aberto e se possível pergunte o porquê das respostas. Mas não induza nada, seja neutro e não invasivo.
Quando se está diante de situações complicadas ou em dúvida de como é a melhor forma de utilizar os dados recolhidos, lembre-se de fazer um autoquestionamento. Procure conhecer o contexto para criar soluções. Questionar é necessário, se pergunte: faz sentido?
Interface invisível, efeitos sonoros e assistentes de voz
Para UX a inovação também sempre está presente. E o assunto da vez é, entender a interface invisível. Ela é realmente invisível só por não possuir uma tela para interagir? Mas não é somente isso. Quando se fala em interface invisível, é porque a interação se torna mais intuitiva, por usar uma linguagem natural ao ser humano torna tudo mais natural.
Um bom exemplo disso é, a extinção do ato de realizar o pagamento ao pegar um transporte com o Uber. Depois de uma única configuração através do aplicativo, todo o processo de pagamento ocorre de forma invisível, o Uber transformou essa experiência de pagamento e a deixou mais fluída.
E quando o uso por interfaces visíveis começarem a diminuir? Os efeitos sonoros vão desempenhar um papel fundamental nas interações dos usuários. Com a experiência auditiva, o nosso lado de raciocínio do cérebro se conecta com a razão de uma forma única, pois cada nota atinge o cérebro de forma diferente, já os acordes (conjunto de notas) podem transmitir sentimentos e sensações. Quando utilizado de forma cuidadosa e com personalidade, pode-se tornar a experiência ainda melhor e potencializada. Podemos ver isso com o Duolingo, ele utiliza os efeitos sonoros como um ótimo recurso de feedback. Sem falar nas possibilidades de inclusão, para usuários que possuem deficiência visual os recursos sonoros são o meio de ver o mundo. Mas como utilizar os sons? Comece por construir uma personalidade auditiva para a marca.
Tanto em relação aos efeitos sonoros, mas principalmente para desenvolver um assistente de voz, explore o produto. Teste todas as possibilidades e estruture um roteiro. Atente-se também à questões como:
- Contexto na interação: analise o processo e o trajeto, procure guardar as informações anteriores para manter todas as conexões da interação;
- Variabilidade nas respostas: não torne a experiência robótica, liste as possíveis respostas para construir uma conversa fluída;
- Prevenção de erros: veja quais são as informações indispensáveis e se o seu usuário as respondeu, se não respondeu, você pode reestruturar as perguntas para obter novas respostas.
E se for apenas um clique?
E em UX também se fala em praticidade. Quem nunca realizou uma compra de apenas um clique na Amazon, não é mesmo? Não tem algo mais prático do que realizar uma compra rápida. Apesar do nome, não é necessariamente uma ação para realizar a compra, mas sim simplificar ao máximo a experiência, otimizar as ações e reduzir os atritos. E ainda contribui para diminuir o abandono de carrinho em e-commerces. Mas por instigar a compra, as ações podem acontecer por impulso, para isso evite surpresas e deixe tudo claro para o cliente com feedbacks.
Se você está pensando em implementar no carrinho da sua loja virtual, aqui vão algumas dicas:
- Não torne o one click como a ação primária, dê a opção para o usuário escolher;
- Não é one page, mostre ao usuário uma segunda tela para confirmação dos dados salvos;
- Tenha fluxos diferentes para a compra normal e a de one click, pois cada uma possui suas particularidades;
- E lembre-se dos usuários que não são recorrentes, para isso faça as confirmações e atualizações de dados.
Esses foram alguns pontos abordados pelos palestrantes durante o The Developer’s Conference (TDC) 2018. Na trilha de UX Design vimos conceitos, metodologias, processos e práticas que têm o design centrado no usuário. Para você, a atenção pelo usuário também é o foco? Me conte.